Evento promovido pelos deputados Doutor João e Wilson Santos abriu debate sobre políticas públicas para idosos
A população idosa no Brasil cresceu 26% nos últimos seis anos. Em 2039, o número de pessoas com mais de 65 anos vai superar o de crianças com até 14 anos, e a projeção é que um em cada quatro brasileiros (25%) será idoso em 2060, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em meio a este cenário de envelhecimento acelerado no país, a Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) abriu um importante debate sobre a conscientização em relação ao Alzheimer, uma doença degenerativa que, conforme estimativas, pode atingir aproximadamente 10% das pessoas com mais de 65 anos e 25% com mais de 85 anos.
A audiência pública, realizada em parceria pelos deputados Doutor João (MDB) e Wilson Santos (PSDB), reuniu mais de 100 pessoas, nesta segunda-feira (7), no auditório Milton Figueiredo. Os idosos e seus familiares receberam informações médicas importantes sobre como proceder nos casos de registro da doença de Alzheimer, que impacta diretamente toda a família e os amigos do paciente.
Doutor João fez um alerta para a importância da conscientização sobre o Alzheimer e a detecção precoce da doença. “O diagnóstico preventivo permite que cuidados sejam tomados pelos profissionais de saúde, para melhorar a qualidade de vida do paciente e dos seus familiares cuidadores, minimizando assim o severo impacto da doença de Alzheimer, que compromete a memória e as funções cognitivas do idoso”, explicou Doutor João.
O deputado Wilson Santos destacou a relevância do debate sobre a doença de Alzheimer, que tem acometido muitos idosos. “O envelhecimento da população do Brasil e de Mato Grosso tem que deixar em alerta o poder público, para que sejam criadas políticas especiais para atendimento da população idosa, que muitas vezes acaba não recebendo a atenção devida”, afirmou.
Atenção aos sintomas
Um dos palestrantes do evento, o médico especialista em geriatria Denis Milanello, explicou que não é qualquer esquecimento que pode ser visto como um sintoma de alguma doença degenerativa. “É preciso ligar o alerta e procurar um profissional quando os esquecimentos são recorrentes e atrapalham a rotina ou a funcionalidade social do indivíduo. Ou seja, uma perda de memória de alguma coisa que sabia fazer, mas que não consegue mais executar, como se tivesse desaprendido”.
Ainda segundo o especialista em geriatria, não existe uma cura para o Alzheimer. Pesquisas têm avançado no mundo, mas não na velocidade do aumento dos casos. Denis Milanello explicou que o próprio diagnóstico da doença ainda é feito de maneira clínica, e o tratamento medicamentoso é usado para tratar os sintomas apresentados pelo paciente.
“São considerados fatores de risco atualmente a idade acima dos 60 anos, o registro de casos na família, ser do sexo feminino (por conta do alelo E4 da apolipoproteína, que compromete a cognição), baixa escolaridade, depressão e doenças cardiovasculares. Por isso, recomenda-se de forma preventiva o estilo de vida saudável, dieta equilibrada, além de exercícios físicos e mentais”, disse o médico.
Na atualidade, a comunidade médica tem recomendado que, nos casos de Alzheimer, é preciso associar o tratamento medicamentoso com tratamento comportamental, que faz o estímulo à criação de novas conexões e estímulos cerebrais.
Sobre o assunto, a especialista em ginástica cerebral Alessandra Trentino esclareceu que atualmente existem ferramentas de estímulo que as pessoas podem utilizar para manter a mente mais ativa, como forma de prevenção e complementar ao tratamento da doença. Segundo Alessandra, a estimulação cognitiva melhora a atenção, dá autoconfiança e ajuda a minimizar o impacto de eventuais doenças degenerativas.
Fonte: ERICKSEN VITAL / Gabinete do deputado Dr. João de Matos