ARTIGO - Poconé, de arraial colonial à cidade turística internacional

* Por Lawrenberg Advincula da Silva *

Já se passaram 240 anos quando ao Sul da antiga capitania de Mato Grosso se fundou o Arraial de São Pedro d’El Rey, hoje conhecida de Poconé. Mais precisamente, num domingo de 21 de janeiro de 1781. Naquela ocasião, o quarto governador e capitão-general da capitania de Mato Grosso, Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres (1739-1797), ordenou que o mestre de campo Antonio José Pinto de Figueiredo lavrasse a Ata de fundação do Arraial.

Antes de elevada a arraial no Brasil colônia, Poconé se chamava Beripoconé, numa referência aos primeiros habitantes da região. De acordo com o historiador João Carlos Ferreira Vicente, a chegada de homens brancos na região de Poconé está relacionada à descoberta do ouro. A cidade nasceria na região do Alto Pantanal, onde prevalece planícies, rios e uma rica biodiversidade. 

Com o passar dos anos, a cidade passaria por diversas metamorfoses. Tanto em relação a sua paisagem citadina, quanto no perfil da sua população. Já no século XX, o que se vê são 3 grandes fases econômicas, sendo a primeira ligada a pecuária, a segunda ao ciclo da mineração e a terceira do turismo. 

Para quem já foi ou ainda vai conhecer, Poconé conserva em suas ruas de paralelepípedo uma mescla entre a arquitetura colonial e as marcas da mistura entre os povos nativos guatos com as novas frentes de imigrações. 

Como toda cidade fundada durante a colonização, a cidade tem em seus nomes de ruas e praças e escolas homenagens a militares portugueses que participaram da Guerra do Paraguai. Uma dessas escolas, General Caetano de Albuquerque, tive a honra de estudar. 

Numa imersão mais profunda, em uma prosa e outra é possível ver no povo poconeano um sotaque único, que conserva traços linguísticos raros, de uma mistura que inclui sangue indígena, português e espanhol. 

Além da paisagem histórica e a fauna e flora do Pantanal que cercam Pocone, vale dizer que a cidade é um berço das mais variadas expressões culturais. Dança dos mascarados, siriri e cururu, a música lambadão, além da Cavalhada, evento-chave do calendário cultural de Mato Grosso. Enfim, são muitos atrativos para uma cidade cuja hospitalidade é de grande acolhimento e calor humano. 

Parabéns, Poconé!

* Lawrenberg Advincula  da Silva, é Professor Universitário do Curso de Jornalismo da UNEMAT, Membro do Núcleo de Tangará da Serra do Sindjor-MT e Pantaneiro.