Na semana passada, a justiça concedeu o prazo de três dias, a partir da notificação, para o prefeito se manifestar a respeito da ação popular que requer a intervenção no hospital
A Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá completa cinco semanas de portas fechadas, com 100% dos atendimentos particulares e pelo Sistema Único de Saúde (SUS) paralisados. A instituição filantrópica enfrenta dificuldades financeiras e tem um déficit da ordem de R$ 120 milhões. Os cerca de 800 funcionários estão há seis meses sem receber.
Ainda ontem, a empresa que fornece oxigênio para o hospital chegou a ameaçar a retirar o cilindro de oxigênio. O equipamento só não foi removido após um acordo com o atual presidente, Luis Saboia, de que o pagamento seria feito até hoje (16). Na semana passada, a diretoria da unidade também foi afastada após uma reunião entre os associados à instituição, que está de portas fechadas desde o dia 11 de março passado.
Ainda para ontem, era aguardada uma decisão sobre possível intervenção ou não da Prefeitura na unidade hospitalar, mas nenhuma medida nesse sentido foi anunciada até o fim da manhã. Na semana passada, o juiz Bruno D’Oliveira concedeu o prazo de três dias, a partir da notificação, para o prefeito Emanuel Pinheiro se manifestar a respeito da ação popular que requer a intervenção no hospital. O prazo foi dado diante do pedido de intervenção feito pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT).
O deputado entrou com uma ação popular, com pedido de liminar, para que a prefeitura decrete intervenção e retome o atendimento à população. Na ação, o deputado destaca que o município de Cuiabá é gestor pleno do SUS e tem como responsabilidade fazer a gestão sobre os prestadores de serviços de saúde vinculados ao SUS.