Comitiva visita fábrica veterinária que pode produzir vacinas contra a COVID-19

Senador Wellington Fagundes, autor do projeto que autoriza empresas a produzirem imunizantes contra a Covid-19, coordena grupo que avaliará instalações

Por iniciativa do senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão da COVID-19 no Senado, um grupo vai à Cravinhos (SP), nesta sexta-feira, 21, para conhecer as instalações da indústria Ourofino, produtora de vacinas animais com altíssimo nível de biossegurança. A comitiva, composta por senadores da comissão e membros do Governo Federal – como os ministros Marcelo Queiroga, da Saúde, e Flávia Arruda, da Secretaria de Governo –, vai avaliar as instalações, que podem produzir mais de 400 milhões de doses de vacina contra o novo coronavírus em até 90 dias, segundo o Sindicato Nacional das Indústrias de Produtos para a Saúde Animal - SINDAN.

“A expectativa é que identifiquemos as necessidades dessas empresas – como a transferência tecnológica dos Insumos Farmacêuticos Ativos, os IFAs – e seja chancelada a capacidade técnica e biossegurança da planta industrial”, adiantou Fagundes, autor do projeto 1343/2021, que concede justamente autorização – sob a regulamentação do Ministério da Agricultura – para ao menos 3 fábricas brasileiras produzirem as vacinas de forma autossuficiente. A Anvisa, que já atestou a viabilidade da iniciativa, também comporá o grupo.

A visita faz parte de uma agenda que inclui ainda outras três vistorias técnicas aos laboratórios fabricantes dessas vacinas, nos estados de São Paulo e Minas Gerais, com o objetivo de avaliar as operações do segmento de saúde animal para uma possível utilização no combate ao Covid-19. Na última terça-feira, 18, representantes dos ministérios da Agricultura, Saúde e Ciência, Tecnologia e Inovações estiveram em Vinhedo, na sede da Solística, e conheceram a central de selagem – onde são aplicados os selos oficiais que garante a rastreabilidade de mais de 450 milhões de doses de vacinas todos os anos -, além da estrutura de armazenagem e a complexa operação de distribuição nacional.

No fim de abril, o Senado aprovou o texto de Wellington e autorizou que fábricas de vacinas de uso veterinário possam começar a produzir vacinas contra covid-19. A ideia é ampliar a oferta de doses de vacina e acelerar a imunização da população. O PL vai passar por análise da Câmara dos Deputados – e o parlamentar já tenta articular urgência nesta Casa, para votação nos próximos dias.

De acordo com o projeto, os laboratórios de produtos veterinários devem cumprir todas as normas sanitárias e as exigências de biossegurança próprias dos estabelecimentos destinados à produção de vacinas humanas. Todas as fases de produção de vacinas humanas deverão ocorrer em instalações separadas de onde continuarão sendo produzidas as vacinas veterinárias.Segundo o SINDAN, o setor tem capacidade instalada e detém a tecnologia necessária para produzir vacinas humanas. O sindicato esclareceu que a indústria de saúde animal no Brasil pode adaptar facilmente suas instalações para o nível de segurança 4, exigido para a produção de vacinas de uso humano. Além disso, afirma que a indústria veterinária pode produzir o insumo farmacêutico ativo (IFA).

Da Assessoria / com agência Brasil