Reitor da Unemat fala sobre Impactos da desvinculação do orçamento

O reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Rodrigo Zanin, apresentou ao plenário a situação orçamentária da instituição

O reitor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Rodrigo Zanin, apresentou ao plenário a situação orçamentária da instituição na manhã desta quarta-feira (16). O debate com parlamentares foi requerido pelo deputado estadual Lúdio Cabral (PT) e precedeu a sessão plenária ordinária.

Os impactos da desvinculação do orçamento da Unemat à receita corrente líquida do estado foi o principal foco da discussão. A partir de 2018, o estado era obrigado a passar 2,5% dessa receita à universidade por conta de uma emenda à Constituição estadual aprovada pela Assembleia Legislativa. Porém, a desvinculação do orçamento foi garantida no ano passado pela Justiça, após pedido do governo estadual.

Durante a apresentação, Rodrigo Zanin argumentou que Mato Grosso tem crescido e o orçamento da universidade previsto na lei orçamentária anual (LOA) também. Porém, sem a vinculação, isso não irá mais acontecer.

O reitor destacou ainda que no período em que a emenda constitucional garantia uma reserva no orçamento estadual para a Unemat, a instituição incorporou dois campi e abriu nove cursos, inclusive de medicina. Rodrigo Zanin também enfatizou que o número de docentes aumentou sem que o gasto com pessoal tivesse um aumento significativo no comprometimento do orçamento.

O deputado Wilson Santos (PSDB) disse que entre parlamentares há duvidas sobre o que foi feito com os recursos recebidos pela Unemat quando houve o incremento nos repasses à instituição e também que muitos acreditam que o dinheiro foi gasto apenas para melhorar os salários dos funcionários da universidade. Santos defendeu ainda que é preciso buscar outras formas de financiamento, com a oferta de serviços à comunidade e à iniciativa privada.

“As demandas políticas por expansão são importantes, mas a universidade também tem seu planejamento e precisa de garantias orçamentárias para chegar a novos polos e abrir novos cursos. O planejamento universitário é de 10, 20 anos”, respondeu o reitor.

Zanin também reforçou que os gastos com o pessoal nunca subiram abruptamente em relação ao orçamento previsto. Segundo ele, a previsão orçamentária também não foi cumprida pelo governo em alguns anos e a Unemat recebeu um valor menor que o aprovado na lei orçamentária. “Hoje a Unemat já tem uma relação com a iniciativa privada, municípios e esses valores arrecadados com a oferta de serviços é sempre revertido para a universidade”, concluiu.

Autonomia – O reitor da universidade ainda fez um apelo aos deputados estaduais para que ajustem a legislação para garantir a autonomia da Unemat, que por fazer parte da administração indireta hoje ainda está sujeita a intervenção externa. A Constituição federal dá às universidades autonomia didático-científica, administrativa, financeira e patrimonial.

O deputado Lúdio Cabral, requerente do debate, pediu sensibilidade aos colegas em relação às pautas apresentadas pelo reitor da Unemat, especialmente na apreciação da lei orçamentária anual para o ano de 2021, que será votada pelo plenário. O petista ainda criticou a desvinculação do orçamento e disse que o governo lançou um grande programa de investimentos sem levar em conta a Universidade do Estado de Mato Grosso.

Fonte: INGRIDY PEIXOTO / Secretaria de Comunicação Social