Prefeitos apresentam dificuldades em manter estrutura hospitalar para a Covid 19

Os prefeitos de diferentes regiões do estado, apresentaram os fatos ocorridos nos municípios e discutiram uma forma de alinhamento das ações, levando em conta que cada região tem as suas características próprias. A reunião por videoconferência foi realizada nesta terça-feira, 16 de junho.

O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, frisou que o momento exige muita seriedade e disse que não é momento de fazer política e sim de união. A rede pública de saúde da Capital, segundo ele, está abrigando além dos pacientes infectados com o vírus, os acidentados, os que sofreram violência, e os que padecem com outras doenças. Emanuel disse que atualmente tem uma rede exclusiva, com 150 leitos de enfermaria e 50 de UTIs para receber os pacientes contaminados. “Transformamos o antigo Pronto Socorro para receber os pacientes com Covid-19, sendo que 50% das vagas vêm sendo ocupadas por pacientes que chegam do interior. O custo é muito alto para manter a estrutura, além disso, houve uma baixa médica neste período de pandemia”, observou.

O prefeito de General Carneiro, Marcelo Aquino, destacou que, sem condições de atendimento, está encaminhando pacientes para o município vizinho de Barra do Garças, que já tem lotação, inclusive usando a rede privada devido ao aumento de casos. “A população daqui vive em pânico com esta situação. Vamos nos inscrever para obter UTI para o município”, disse ele.

O prefeito de Juína, Altir Peruzo informou que o custo para manter as UTIs é muito alto. O município tem seis leitos a um custo diário de R$ 3,5 mil. O Ministério da Saúde vai repassar R$ 1,2 mil, o governo estadual prometeu apenas R$ 400, enquanto que a prefeitura terá de complementar o restante para manter as equipes intensivistas e medicamentos. “Estamos lutando para conseguir mais respiradores. Os recursos não são suficientes”, garantiu.

O prefeito de Água Boa, Mauro Rosa, reforçou que não há condições de implantar novas UTIs sem uma contrapartida maior do governo estadual, por conta do alto custo para manter a unidade, principalmente no interior. Mauro lamentou que os exames encaminhados para o Laboratório Central-Lacen estão levando até uma semana para apresentar o resultado dos testes. Outra reclamação do prefeito se refere ao encaminhamento para outras unidades hospitalares, já com a tomografia dos pacientes. “O município tem dificuldades para realizar este tipo de exame”, garantiu.

O prefeito de Araguaiana, Getulio Dutra Vieira, disse que não registrou nenhum caso, por conta das medidas restritivas e o fechamento do comércio. Já a prefeita de Cocalinho, Dalva de Lima Peres, disse que já suspendeu a temporada de praia, mas está preocupada com a entrada de muitas pessoas pelo rio Araguaia, embora do outro lado, o estado de Goiás já proibiu a circulação de turistas. 

O prefeito de Comodoro, Jeferson Ferreira, reivindicou ajuda dos órgãos de Segurança Pública e Defesa Civil para a instalação de barreiras sanitárias e conter a disseminação do vírus. Existem casos confirmados no município de pessoas que vêm de Rondônia, um dos estados mais afetados. “Não há como fiscalizar as entradas e saídas da cidade, por onde transitam muitos caminhões com cargas diariamente”, assegurou.

O prefeito Iraldo Ebertz, de Tapurah, reforçou que o custo da saúde no interior é maior que o da Capital. Há dificuldades no transporte dos pacientes devido às distâncias. “Aqui temos uma família, que está sendo acompanhada em casa pela equipe médica”, disse ele.

O prefeito de Curvelândia, Sidinei Custódio, relatou que seu município é pequeno e precisa de mais atenção. Não tem outra saída, a não ser o encaminhamento de pacientes para Cáceres. Através do consórcio de saúde da região que integra 13 municípios, ele tem feito o trabalho de encaminhamento quando é necessário”, observou.

Já o prefeito de Cáceres, Francis Maris, abordou a situação com os kits de medicamentos. O município registou nos últimos meses vários casos confirmados alguns óbitos. Ele ressaltou que é necessário fazer um protocolo dos pacientes que apresentam os sintomas para entrar com a medicação. Solicitou mais atenção do governo estadual ao município.

O prefeito Silvio José de Moraes Filho, de Araguainha, agradeceu por não ter nenhum caso registrado e garantiu que não tem nenhuma estrutura hospitalar para atendimento. A cidade também é banhada por rio, que favorece a entrada de pessoas contaminadas. “O nosso auxílio financeiro é pouco para manter as necessidades do município”, garantiu.

A maioria dos prefeitos defende que seria mais fácil ampliar o número de UTIs no interior, do que implantar as unidades devido ao alto custo com os equipamentos e manutenção.

Fonte:Agência de Notícias da AMM