Na volta às aulas, pelo menos 200 escolas esperam por reforma

Para profissionais da área, a infraestrutura é um componente importante para o processo de ensino e aprendizagem

Devido à greve dos trabalhadores do sistema estadual de ensino realizada em 2019, parte dos cerca de 40 mil profissionais e 450 mil alunos da rede inicia, na próxima segunda-feira (10), o ano letivo de 2020, em Mato Grosso. Já as unidades que aderiam ao movimento retomam as atividades somente no próximo dia 23 de março. Mas, além de calendários distintos, estudantes e trabalhadores também vão encontrar diferentes realidades já que várias unidades carecem de reforma, além de investimentos em recursos pedagógicos.

De acordo com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), atualmente, são 40 obras em execução ou que foram retomadas nas escolas públicas ligadas à rede estadual. Esta quantidade somada a outros números como é o caso de 137 unidades que foram atendidas com verba emergencial, representa um percentual de 53,5% de cerca 400 colégios que precisavam ou aguardavam por uma ampla reforma ou manutenção desde 2019. A rede estadual conta com pouco mais de 760 escolas.

“A questão da infraestrutura é um componente importante para o ensino por que onde se tem um ambiente adequado também existem condições adequadas para que aconteça o processo de ensino-aprendizagem como deveria. Para o professor refere-se a questão da condição de trabalho e, para o aluno, ele terá acesso a um ambiente devidamente adequado a demanda pedagógica”, pontou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira.

Ainda, conforme os dados da Seduc, hoje são 22 obras em execução, além de 11 obras retomadas e sete conclusas. “Em 2019, a Seduc conclui, entre várias obras, a reforma completa da Escola Estadual Emanuel Pinheiro, em Rondonópolis, as quadras poliesportivas das Escola Estadual João Matheus Barbosa, em Juscimeira, e Escola 12 de Outubro, em Mirassol Doeste”, informou o órgão estadual.

Além disso, 137 escolas foram atendidas com verba emergencial, num valor máximo de R$ 64 mil para cada unidade escolar. “Até agora, 27 escolas foram beneficiadas com postos de transformação, que é o transformador e a fiação que vai até o quadro de distribuição de energia elétrica – necessário para a climatização das salas de aulas dessas unidades escolares”, destacou.

Há também 10 escolas com posto de transformação prontos e, assim, a escola poderá solicitar os aparelhos de ares condicionados, além de 27 em andamento, num total de 37 unidades escolares com esse benefício. Para Valdeir Pereira, um ponto importante da atual gestão refere-se a questão dos repasses às unidades escolas de maneira mais ágil. “De maneira que estão conseguindo se organizar e fazer o planejamento para pequenos reparos e adequação do espaço físico. Essa gestão do Mauro Mendes tem avançado nesta questão dos repasses em dia para as escolas e algumas verbas emergências para tender minimamente as unidades que precisam”, pontua.

Porém, ao citar a necessidade de avanços nos processos licitatórios, que por vezes, ocasionam suspensão das obras por questões como abandono ou atrasos da empreiteira, Valdeir Pereira destaca ainda a necessidade de investimentos em recursos pedagógicos, como laboratórios de informática e de ciências e bibliotecas, por exemplo. “Laboratórios de ciências não é uma realidade das escolas. São poucas que têm. A biblioteca também. A grande maioria tem uma sala onde é feito o depósito de livro”, citou.

Uma das promessas para os próximos meses é a Escola Estadual Barão de Melgaço, localizada em Cuiabá. A informação é de que, a unidade que atualmente atende os 320 alunos do 3º ao 9 ano, no prédio da Escola Nilo Póvoas, ganhará um prédio novo. Segundo informações recém divulgadas pela Seduc, o governo do Estado já iniciou a elaboração do projeto para a execução de uma escola moderna e atrativa, que será construída no Bairro Dom Aquino. O projeto está sendo elaborado em parceria com a Secretaria de Infraestrutura e Logística (Sinfra). A previsão é que o processo de licitação seja realizado no mês de março.

De acordo com o órgão estadual, a unidade será contemplada com 16 salas de aula, laboratório de informática e biblioteca, cozinha e refeitório, sala de apoio, banheiros, parte administrativa e adequações de acessibilidade. Além da parte estrutural, a escola também será beneficiada com móveis e equipamentos novos. Durante o ano letivo de 2020, período em que será executado a obra de construção da nova unidade, esses alunos continuarão no prédio da “Nilo Póvoas”, que também passará por reforma para abrigar o Centro de Referência em Educação Inclusiva. “A obra da Nilo Póvoas será dividida em etapas sem causar prejuízos para os alunos da Barão”, frisou.

Por meio da assessoria de imprensa, o secretário adjunto Executivo da Seduc, Alan Porto, informou a que a previsão para iniciar no segundo semestre de 2020, a obra de reforma da “Nilo Póvoas” também está em fase de elaboração de projeto. O valor estimado para a reforma é de R$ 3 milhões e, após início da obra, prazo de execução de 12 meses. “Os projetos do novo prédio da Barão de Melgaço e do Centro de Referência estão em elaboração. As obras serão realizadas simultaneamente, ou seja, as duas obras vão andar juntas”, explicou.

O antigo prédio da escola Barão de Melgaço, localizada no Bairro Dom Aquino, pertence à Superintendência de Patrimônio da União em Mato Grosso e está em processo de devolução. Ainda, segundo a assessoria, o imóvel foi cedido ao Estado de Mato Grosso por meio de um termo de cessão de uso gratuito. O novo prédio da unidade escolar será construído em outro terreno, que pertence ao Estado.

Fonte: Joanice de Deus
Reportagem Diário de Cuiabá