Cidades inteligentes: das metrópoles aos pequenos municípios

O desenvolvimento de cidades inteligentes, principalmente em um país de realidades tão distintas e limitação tecnológica como o Brasil, é um desafio. Alguns Municípios da América Latina, porém, têm conseguido inserir no planejamento urbano e aplicar em setores como transporte, segurança e saúde, novas ferramentas e sistemas. E não são apenas as metrópoles que já estão colhendo os resultados.

Capitais como Buenos Aires, Santiago e Bogotá têm uma variedade de iniciativas, integrando as áreas da gestão municipal a um plano de desenvolvimento sustentável, que vem se consolidando há alguns anos. Resistiram, portanto, às mudanças no governo, e desenvolvera políticas de Estado. Estas cidades também têm compreendido que ser uma cidade inteligente não é ser puramente tecnológica. É ser centrada nas pessoas e, a partir deste enfoque, criar mecanismos de conexão entre o poder público e seus cidadãos.

Ao perceberem as demandas da população e os impactos positivos das inovações, Municípios de pequeno porte sentiram que era a hora de começar a adaptar-se. Foi o caso de Monteiro Lobato, em São Paulo. Os exemplos constam do levantamento de boas práticas do Programa Internacional de Cooperação Urbana (IUC-LAC), da União Europeia. Para incentivar gestores brasileiros, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) irá divulgar, nos próximos dias, as 11 áreas temáticas nas quais estão divididos 165 casos de sucesso da América Latina. O conteúdo está disponível no site e deve ser lançado em breve no formato de livro.

Interior paulista
Cidades inteligentes é a primeira e mostra como a automação de serviços, a internet das coisas e a digitalização estão transformando a administração pública. Para a técnica de Planejamento Territorial e Habitação da CNM, Karla França, ainda existe a necessidade de ampliar os programas, as políticas federais e o financiamento privado e internacional que estimulem a adoção de tecnologia acessível e práticas inovadoras.

“A maioria dos Municípios são de pequeno porte, então é fundamental que as políticas e os programas públicos, o setor privado e as incubadoras apresentem soluções para demandas distintas, em especial daqueles entes com orçamento reduzido”, argumenta, citando também a relevância de capacitar os gestores. Nesse sentido, a prefeita Daniela de Cássia conta que o primeiro passo para concretizar a iniciativa Monteiro Lobato Cidade Inteligente, Humana e Encantada 2030 foi buscar novos recursos por meio de convênios e parcerias.

O governo estadual acreditou no potencial e tornou-se uma fonte de financiamento para as ações alinhadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com novas tecnologias de informação e comunicação, eles conseguiram: engajar os cidadãos na participação efetiva e no monitoramento de políticas públicas, automatizar processos de gestão do Município e estimular melhores práticas de ensino, como a Feira do Jovem Empreendedor.

Pela Central do Cidadão, criada em 2015, já foram realizados mais de 6 mil atendimentos – de questões de trânsito à justiça. Em relação ao meio ambiente, o conjunto habitacional São Bento conta com 36 casas com sistema de aquecimento solar e a iluminação pública está sendo, aos poucos, substituída por lâmpadas LED. Como a técnica Karla ressalta, a vantagem para o Município pode ser econômica, inclusive. “Outro caso é o de drones e ferramentas de georreferenciamento que auxiliam no ordenamento das áreas urbana e rural, bem com as áreas informais, otimizando a fiscalização e a revisão de taxas e impostos, a exemplo da atualização do IPTU”, cita.

Conheça outros casos de Cidades Inteligentes citados no levantamento do IUC-LAC:

Argentina

Brasil

Chile

Colômbia

Fonte:Agência CNM