Audiências debaterão a implantação de PCHs em Tangará e região

Audiência debaterão a gestão e o uso múltiplo das águas

O Grupo Brennand Energia – que possui 13 hidrelétricas em operação comercial, com capacidade de 288MW, além de outras em construção e estudos – realizará no próximos dias 17 e 18 de novembro, em Barra do Bugres e Tangará da Serra, respectivamente, audiências públicas para apresentar os projetos e os estudos ambientais das Pequenas Centrais Hidrelétricas nesses municípios.

As audiências serão conduzidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), porém sua execução ficará a cargo do grupo que apresentará, especificamente, as informações sobre os processos PCH Corredeira, Usina Velha e Tapirapuã. Em Barra do Bugres o debate será na Unemat e em Tangará da Serra na Unic, ambas a partir das 18h.

Assim, como o Grupo Brennand Energia, a Câmara Municipal de Tangará da Serra também promoverá uma audiência pública, porém esta para debater a gestão e o uso múltiplo das águas. A audiência ‘Recursos Hídricos’, proposta pelo vereador Sílvio Sommavilla, será realizada nesta sexta-feira, dia 13, a partir das 19h, na Câmara de Vereadores de Tangará da Serra. “Para escolher precisamos saber os impactos positivos e negativos que a implantação de mais PCHs no Juba irão proporcionar à todos”, destaca, ao convidar toda a população para participar e discutir o assunto. “Autoridades, técnicos e a população estão todos convidados. Será muito importante a presença e a opinião de todos”.

Vale destacar que as informações sobre o Grupo Brennand Energia estão disponíveis no site (http://www.brennandenergia.com.br) e que o DS buscou durante toda a semana passada mais informações sobre as audiências, mas sem sucesso.

Assentados não concordam com PCHs no Rio Sepotuba

“A cachoeira do Juba está com os dias contados e pode desaparecer em curto prazo”. A afirmação é de um morador de Barra do Bugres, o assentado Edis Cândido Miranda, que está revoltado com a construção de mais uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), no Rio Sepotuba. 

Para ele, a implantação de duas PCHs está trazendo problemas incalculáveis para o meio ambiente, além de que esses problemas estão sendo ignorados pelos setores competentes. “Quando fecharam a comporta da última usina eles fizeram um batalhão de guerra impedindo os moradores de irem tirar fotos dos peixes que morreram”, lembra, ao afirmar que, inclusive na cachoeira do Juba, um bando de urubus invadiu o local para comer os peixes mortos com a falta de água.

A preocupação dos moradores, que não concordam com a implantação das PCH’s, estáa cada dia maior. Isso porque a Justiça revogou a liminar obtida pelo Ministério Público que suspendia os pedidos de licenciamentos para empreendimentos de geração de energia na bacia do rio Sepotuba. Com a revogação, eles entendem que os licenciamentos serão de agora em diante possíveis e que os empreendimentos sairão do papel, acabando com um dos grandes potenciais turísticos da região. 

“Então pensando nisso, estamos fazendo uma audiência antes para justamente abrir para que a população, os técnicos, os ribeirinhos, a imprensa, enfim, todo mundo fale e se manifeste a respeito, além de tirar as dúvidas”, comenta o vereador Sílvio Sommavilla, ao destacar ainda que a preocupação desses ribeirinhos é válida pois, conforme prevê a Lei nº 9.433, a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, onde todos os setores usuários da água têm igualdade de acesso. (Colaborou Nilson Guedes, de Barra do Bugres).

Fonte: Fabíola Tormes - Redação DS