Tangaraenses se mobilizam contra extinção das APAES

As APAES de todo o país podem ser extintas no ano de 2018 se depender das mudanças que estão sendo apresentadas na Legislação. No ano passado, a manifestação da comunidade apaeana garantiu uma reversão no item denominado ‘Meta 4’ do Plano Nacional de Educação. A mudança prevista é no sentido de que a partir da aprovação do plano todos os alunos de 4 a 16 anos com deficiência devem estar em escola regular, retirando-se do texto a palavra ‘preferencialmente’.

De acordo com Magda Lupi, diretora da Escola Especial Raio de Sol de Tangará da Serra, esta nova redação da lei obriga a inclusão de 100% dos deficientes na rede regular de ensino. “Isto é uma grande discussão dentro do movimento apaeano. Temos a consciência por trabalhar com eles há mais de 5 décadas. O movimento apaeano tem mais de 50 anos no Brasil. Temos consciência de que todos estes alunos não têm condições de ir para o ensino regular”, afirma.

Em Tangará da Serra existem hoje 32 alunos inclusos nas escolas regulares a partir do trabalho da APAE. A instituição trabalha com 16 escolas parceiras e conhece bem a dificuldade desta inclusão. “Não concordamos com a colocação de todos nesta inclusão. Precisa um longo caminho ainda. É preciso se estruturar. Não é a capacitação de professores. É o investimento em melhorias do sistema educacional e equipes de apoio também na área de saúde porque a família também precisa ser atendida”, explica Magda. Segundo ela, esta inclusão de forma radical vai prejudicar muito os alunos e trazer grandes transtornos para o sistema educacional como um todo.

Em protesto contra esta inclusão radical aconteceu no último dia 7 uma mobilização em nível estadual e no dia 14 em nível nacional. “Estamos lutando contra esta meta e pedindo apoio aos nossos representantes políticos para que se reverta esta meta. Ano passado na câmara dos deputados conseguimos esta reversão, mas chegando ao Senado houve o retrocesso”, destaca Magda Luppi.

O texto do projeto de lei pede o fim do financiamento do Fundeb para a educação especial em 2016 e a extinção desta parceria em 2018. “A gente não quer que isto aconteça. Estamos lutando para que aqueles que têm este direito o mantenham”, afirma Magda.

MOBILIZAÇÃO EM TANGARÁ – Uma grande mobilização contra a aprovação desta lei será realizada no próximo dia 26 de agosto, dentro da Semana da Pessoa com Deficiência. “Convidamos todas as pessoas que comunguem conosco que estejam junto fazendo esta mobilização”, destaca Magda. No mesmo dia no período da tarde acontece reunião na Escola Especial Raio de Sol com instituições visando explicar a situação e angariar apoio para e ideias para fortalecer esta mobilização. “O objetivo é se posicionar em nível de Brasil e garantir a existência das APAES”.A proposta deve ser votada em janeiro e vigora para os próximos 10 anos. “Temos que nos mobilizar antes desta votação para que possamos sensibilizar o nosso senado”, finaliza a diretora.

Fonte: Redação RP