Foi inaugurada na manhã desta sexta-feira (18), a Casa de Apoio Maria José de Matos. O objetivo é atender pacientes renais e ou familiares que necessitem por algum motivo de abrigo em Tangará da Serra e não tenham onde ficar.
O espaço tem capacidade para abrigar 16 pessoas, com camas beliche, sala, refeitório e outras dependências.
O médico Dr. João José de Matos, responsável pela Clínica de Hemodiálise foi o responsável pela organização da casa. Em entrevista ele destacou que é a realização de um sonho muito antigo. “Tenho a teoria de que o homem que deixa de sonhar, deixa de viver. E este é um sonho muito antigo. Desde que cheguei com minha família em Tangará, em 2008, já sentíamos, quando morávamos em Cuiabá, que pacientes daqui e da região iam para lá para fazer hemodiálise três vezes por semana e víamos o sofrimento. Desde que chegamos aqui tínhamos esta vontade e hoje estamos realizando”.
A clínica de hemodiálise de Tangará da Serra atende pacientes de 14 cidades da região. Dr. João exemplificou a necessidade de criação da casa de apoio citando o caso de um paciente de Juína que faz o tratamento em Tangará. “Este paciente de Juína anda mil quilômetros, 500 para vir e 500 para voltar, para fazer a hemodiálise. O motorista da ambulância sai de lá a uma hora da manhã e chega aqui às 08:00 da manhã. E não tem onde ficar. Numa situação destas, enquanto o paciente faz a hemodiálise, este motorista pode vir aqui, descansar, tomar um banho, fazer uma refeição e voltar com amis segurança”.
A escolha do nome da casa, é uma homenagem à mãe do médico. “Queria homenagear a minha mãe. Tudo que sou na minha vida devo a ela. Além de me dar a vida, me deu muita coisa, me deu educação, apesar de ser humilde, praticamente analfabeta, muito sofredora. Hoje ela tem 99 anos e está internada em uma clínica em Cuiabá com Alzheimer e demência, mas queria homenageá-la”, contou.
A casa poderá ser utilizada também por pacientes de Tangará da Serra que estejam sem locomoção temporariamente ou necessitem permanecer por algum motivo na cidade caso residam na região rural. “Tenho pacientes de Tangara que tem problemas de locomoção, alguns até paraplégicos. E muitas vezes não tem acesso a ambulância, podem então ficar aqui até dois dias para se organizar. Alguns precisam fazer exames e não tem como voltar para sua cidade no mesmo dia, podem passar a noite aqui. Algum paciente de fora que interne aqui e a família não tem onde ficar, pode ficar aqui até ele ter alta”, disse o médico.
Manutenção
Toda a montagem da casa foi realizada com doações, da própria Clínica de Hemodiálise e de colaboradores. A manutenção se dará da mesma forma. A clínica está pagando aluguel, água, luz e manutenção de funcionários. “Temos muitas pessoas da sociedade que são colaboradores e contribuirão mensalmente com uma mesada para mantermos a casa. São pessoas que não querem ser identificadas. Quem ficar na casa não gastará nada. Estes colaboradores são muito importantes, porque além de ajudarem a montar a casa, auxiliarão mensalmente na manutenção. Acredito que se dividirmos as despesas, todos ajudando com um pouco, não faltará nada. Estamos sendo procurados por pessoas que querem ajudar com doações mensais”, destacou o Dr. João.
Por Marlenne Maria com Heverton Luiz - Redação Rádio Pioneira