Wellington quer cursos profissionalizantes em aldeias indígenas

Relator do Orçamento da União para a Educação, ele acredita em mudança no perfil das aldeias

Relator setorial do Orçamento da União para a Educação, o senador Wellington Fagundes (PL-MT) recebeu e valizou, nesta sexta-feira, proposta da etnia Pareci, de Mato Grosso, para implantação de cursos de qualificação na aldeia, localizada em Campo Novo do Parecis. Além de beneficiar etnia, outros povos podem ser beneficiados, como os Manoki e Nhambiquara e até “não indígenas”.

“Já estou encaminhando para discussão essa proposta, que pode mudar o perfil não só das aldeias, mas de toda a região”, avalia o parlamentar.

O documento também foi entregue ao ministro da Infraestrutura, Tarcisio Gomes de Freitas, que visita Mato Grosso neste fim de semana para inaugurar trecho da duplicação da BR-163 e discutir a implantação da Ferrogrão, que vai ligar Sinop (MT) a Miritituba (PA). “Por que não uma universidade dentro de uma aldeia indígena?”, questionou, ao considerar muito interessante a proposta.

A proposta também chegou a ser entregue ao presidente Jair Bolsonaro na quinta-feira, em Cuiabá, pela liderança indígena Arnaldo Zunizakae, durante o Seminário Regional de Ednodesenvolvimento e Sustentabilidade do Centro-Oeste, realizado pela Funai. Segundo ele, a intenção dos cursos é formar profissionais que possam ampliar os resultados da agricultura adotada pela etnia, que hoje ocupa 15 mil hectares com a produção de soja e milho safrinha.

A produção hoje abrange os municípios de Campo Novo do Parecis, Sapezal, Brasnorte e Tangará da Serra. A nova atividade econômica dos indígenas já movimentou R$ 50 milhões em um ano. “Começamos a trabalhar a agricultura e hoje várias outras etnias estão seguindo o mesmo caminho”, diz Arnaldo.

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, fala em liberdade de escolha dos indígenas em busca de autonomia econômica e acredita que, em breve, o órgão tenha, no seu planejamento, a criação de uma universidade indígena, com pedagogia própria e que trabalhe a cultura e suas potencialidades.

Também presentes, os representantes do Instituto Federal de Mato Grosso, Marcos Taques e Kleberson Cardoso. Segundo eles, o projeto da etnia Pareci poderá ser incluído no programa Dom Pedro Casaldáliga, lançado pela instituição na semana passada e que pretende oferecer cursos de profissionalização para indígenas e quilombolas.

Da Assessoria