Governo promete 200 novos leitos em duas semanas

A unidade, em Várzea Grande, será a referência estadual para atendimento dos casos graves de Covid-19

O Governo do Estado anunciou, nesta segunda-feira (23), a construção de 200 leitos no Hospital Metropolitano, em Várzea Grande.

A unidade será a referência estadual para atendimento dos casos graves de coronavírus (Covid-19).

Ao todo, a unidade ficará com 260 leitos, já que atualmente o local conta com outros 60 leitos. A previsão é que a obra seja finalizada em, no máximo, duas semanas.

As cirurgias bariátricas, de ortopedia e demais procedimentos de alta complexidade que o Metropolitano realiza serão deslocadas para outras unidades, conforme a determinação do governador Mauro Mendes.

“O nosso desafio é fazer, no menor espaço de tempo possível, uma obra de mais de 200 leitos que serão construídos aqui. Esse hospital, dentro de poucas semanas, vai estar com capacidade para atender 260 pessoas que estiverem em situação grave”, afirmou.

Mendes ressaltou que a unidade é ampliada para atender os casos graves e alertou que, para os casos mais amenos, a população deverá continuar a buscar as unidades de pronto-atendimento (UPAs) e policlínicas, de modo a não congestionar o sistema.

"Aqui serão somente os casos graves. Se Deus quiser, não ocorrerá. Mas se acontecer, o Governo do Estado estará aqui trabalhando para criar, em tempo recorde, mais 200 leitos para tratar pessoas que eventualmente possam ter casos graves relacionados ao coronavírus”, explicou.

Segundo o Estado, a previsão é que a obra seja finalizada em no máximo duas semanas.

Durante todo o final de semana, o Governo esteve reunido com engenheiros e a construtora para que fosse feito o projeto e alternativas mais rápidas, no caso de materiais, para a execução da obra.

Além dessa obra, o Governo já suspendeu todas as cirurgias eletivas nos hospitais regionais para ampliar a capacidade de atendimento dos casos de coronavirus.

PRONTO-SOCORRO – O Sindicato dos Médicos de Mato Grosso (Sindimed) informou que o antigo pronto-socorro de Cuiabá não tem condições de ser referência no atendimento ao coronavírus.

O diretor de Comunicação do Sindimed, Adeildo Lucena, informou que esteve neste sábado (21), na antiga unidade hospitalar, localizada na região central, a pedido dos médicos que lá atuam e, por lá, os profissionais estão em alerta com a decisão da Secretaria de Saúde da Capital em anunciar que lá será a unidade de referência ao coronavírus na cidade.

“Eu pergunto: como pode ser referência um local cheio de buracos no teto, que outro dia tinha ratos passeando pela UTI infantil, não tem, papel toalha, não tem álcool gel e nem equipamentos de proteção individuais (EPIs) para os médicos trabalharem e os pacientes que já estavam internados lá nem sequer foram removidos. Como vai atender os de coronavírus?“, indagou Lucena.

O médico alertou ainda que os capotes que foram comprados são inadequados e os EPIs que estão vindo serão insuficientes para não haver contágio da equipe de saúde que pode se tornar vetor de transmissão por atender um paciente positivo sem a proteção adequada.

“A prefeitura demorou muito para começar a se preparar para a pandemia. Agora a doença chegou a Cuiabá e o antigo pronto-socorro nem passou pelas reformas e adequações que são necessárias para poder ser uma unidade de referência”, disse.

Ele reforçou que os médicos estão muito preocupados com a situação.

“Se países preparados como Itália tem tanta gente morrendo imagina o que pode acontecer aqui, que está tudo sendo feito ‘meia-boca’, gente o caso é muito sério. O único jeito de se prevenir e evitar que o surto se espalhe é ficando em casa para não precisar de atendimento médico”, destacou.

Fonte: Joanice de Deus - Reportagem Diário de Cuiabá