Sertanejo corresponde a quase um terço da audiência de rádio no Brasil

A música sertaneja continua dominante no rádio brasileiro. A conclusão é de uma pesquisa realizada pela Crowley, empresa que semanalmente calcula as faixas mais tocadas nas rádios do país, e o Ibope, que calcula a audiência das estações.

Segundo o levantamento, a música sertaneja corresponde a 29%, ou quase um terço, de todo o impacto das rádios ao redor do país. Logo atrás, com 25%, está a música pop, que abrange tanto artistas brasileiros como Anitta e Iza quanto nomes estrangeiros, como Sam Smith e Maroon 5.

Para calcular o impacto, o levantamento leva em conta não apenas a quantidade de vezes que uma música foi executada, mas quantas pessoas ela alcançou no horário e estação em que ela foi tocada. Ou seja, o cálculo é de quantas vezes as faixas foram ouvidas.

Em comparação com dados do primeiro semestre de 2019, a vantagem do sertanejo aumentou. Apesar de já dominante, o gênero possuía apenas 18% do impacto total das rádios no país. O pop também vinha logo atrás, com 15%.

Depois do sertanejo e do pop, vêm o gospel (10%), o pagode (9%) e o pop/rock (8%). Mas a categoria "outros" corresponde a 19% do impacto total, incluindo gêneros como funk, samba, MPB, forró, axé, reggae, rock e latino, entre outros.

O funk, aliás, é um caso curioso atualmente no Brasil. Nas plataformas digitais, incluindo Spotify e YouTube, o gênero consegue ter hits que rivalizam --e até ultrapassam-- com os mais tocados do sertanejo, mas não tem o mesmo espaço no rádio.

A lista de dez artistas que mais obtiveram impacto com suas músicas em rádios é inteira de sertanejos. Marília Mendonça lidera, seguida por Zé Neto e Cristiano, Gusttavo Lima e Luan Santana.

A música com o maior impacto foi "Atrasadinha", um pagonejo do fim de 2018, de Felipe Araújo com Ferrugem. "Cem Mil", de Gusttavo Lima, vem logo atrás.

Segundo a pesquisa, realizada em 13 regiões metropolitanas do país, as músicas foram ouvidas em rádios mais de 175 bilhões de vezes no Brasil ao longo do ano passado. Somados, sertanejo, pop, gospel, pagode e pop/rock correspondem a mais de 80% do impacto total.

De acordo com o Ibope, 83% da população do país ouve rádio e os ouvintes passam mais de quatro horas e meia consumindo diariamente o meio. Destes, 93% declararam ouvir música pelo rádio.

Fonte: LUCAS BRÊDA
Folhapress – São Paulo