Santa Casa de Cuiabá volta a ser pauta de discussão em audiência na AL

Hospital é filantrópico, oferta 30 leitos de UTIs, dez centros cirúrgicos, foi responsável por 70 mil procedimentos e sete mil cirurgias só no ano de 2017, no entanto, está com seis meses de atraso salarial e de portas fechadas

A precariedade que levou ao fechamento da Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá foi o foco dos debates feitos hoje (25), em uma audiência pública proposta pelo deputado Lúdio Cabral (PT) e que reuniu todos os segmentos envolvidos. “Temos que traçar um plano estratégico para a Santa Casa. Nosso objetivo é encontrar um caminho, pois não se pode abrir mão de toda a sua estrutura e queremos, também, ouvir os trabalhadores”, disse o parlamentar. Lúdio sugeriu uma intervenção com uma equipe que faça a gestão da crise e um planejamento para uma reabertura o mais breve possível da unidade. Ainda, vai sugerir ao presidente da Assembleia Legislativa que chame o governo e a prefeitura para discutirem a possibilidade de uma ajuda adicional emergencial à Santa Casa. O hospital é filantrópico oferta 30 leitos de UTIs (10 adultos, 10 infantil e 10 neo-natal), além de dez centros cirúrgicos; foi responsável por 70 mil procedimentos e 7 mil cirurgias só no ano de 2017, no entanto, está com seis meses de atraso salarial e de portas fechadas.

O servidor Marcelo de Souza também acredita que a saída é uma intervenção. Ele foi aplaudido pelos colegas ao expor que se sente envergonhado de não ter como dizer para seus filhos quando irão ao supermercado, revelou que os filhos só estão indo à escola porque conta com a ajuda do pai e do sogro e informou que uma técnica de enfermagem, servidora do Pronto Socorro de Cuiabá, se suicidoy neste último final de semana por não suportar os problemas vivenciados pela categoria. Da mesma forma, Kleberson Silva (voluntário da Santa Casa) e Mercí Maria de Carvalho (esposa de paciente que só conseguiu fazer cirurgia após três mandados na justiça), fizeram um apelo às autoridades. “Quem sofre com o fechamento da Santa Casa somos nós que dependemos do SUS que não é de graça porque pagamos impostos”, resumiu Mercí.

O secretário de Estado de Saúde, Gilberto de Figueiredo, informou que no último dia 14 esteve em Brasília com o Ministro da Saúde, para solicitar apoio para a Santa Casa. Em resposta o ministro assegurou que há disposição do ministério em contribuir com uma solução, mas que ela seja definitiva. Por isso, solicitou um plano de ação estratégica que tenha dois aspectos: primeiro de como tratar o passivo ( as dívidas) e, segundo, como dá perenidade às ações da unidade, para que ela não volte a fechar as portas. “Agora é sentar o município de Cuiabá, o Estado de Mato Grosso e a Santa Casa de Misericórdia para fazer esse plano”, pontuou. Sobre o plano, o diretor presidente da Santa Casa, Carlos Coutinho afiançou que já foram tomadas as primeiras providências, que dois profissionais, sendo um especialista em administração e outro em crise, foram contratados. Mesmo questionado, Coutinho não revelou os nomes dos profissionais, nem quanto vai custar o projeto e sobre prazo disse que “no menor tempo possível”.

O deputado estadual Ulysses Moraes (DC) já apresentou, na Assembleia Legislativa, Requerimento de indicação de formação de um “Comitê Multidisciplinar” para tratar a situação. A proposta é que prefeitura de Cuiabá, Legislativos de Cuiabá e do Estado, Executivo, Ministério Público e diretoria, servidores e voluntários da Santa Casa integrem esse comitê. Wilson Santos (PSDB), João Batista (Pros) e Dr. João José (MDB) defenderam que assim que haja entrada de dinheiro o pagamento do servidor seja priorizado. Este último sugeriu um termo de ajuste com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para pagar aos servidores. Já o deputado Paulo Araújo (PP) foi além e disse que “não adianta repassar recursos com o modelo de gestão atual, precisa de uma nova gestão hospitalar para reerguer a Santa Casa. Já Carlos Avalone foi sugestivo: “é reunir esforços e fazer um plano que resolva os problemas da Santa Casa e de seus servidores o mais urgente possível”. 

O deputado federal Dr. Leonardo falou da qualidade no atendimento da Santa Casa, lamentou que os servidores estejam há seis meses sem receber. Para ele, quem tem que fazer esse plano é a diretoria da Santa Casa. Ele defendeu a união entre Estado e Município de Cuiabá para uma solução emergencial “essa queda de braço do Estado e do Município não vai levar a nada, vamos pensar na população quem está sofrendo é o cidadão sem atendimento e o servidor sem salário”, ponderou. Ele lembrou que o problema das Santas Casas é global no Brasil, e é necessário uma mudança em todas as Santas Casas, em todo o Brasil, por isso entrou na Frente das Santas Casas na Câmara Federal.

As oscilações na oferta dos serviços pela Santa Casa de Misericórdia de Cuiabá são recorrentes. Por diversas vezes ao longo dos anos os mesmos problemas são vivenciados. Na última grande crise, em agosto de 2018, para evitar o fechamento da unidade, foi feita uma pactuação entre Estado e Município. De acordo o com o secretário de saúde do Estado, naquela ocasião eram necessários R$ 7 milhões emergencialmente e houve um aporte de R$ 6 milhões, sendo R$ 3 milhões do Estado e R$ 3 do município, e o adiantaram outros R$ 468 mil, chegando perto dos R$ 7 milhões, evitando o fechamento do hospital. Antes disso, em 2017 uma crise levou a repactuação de dívidas em 120 parcelas, o que leva a Santa Casa a pagar, atualmente, um milhão mensal em parcela. Para se ter uma idéia do que isso representa, segundo a prefeitura, houve um mês em que o recurso destinado à Santa Casa era e um milhão e cinqüenta mil reais, com o desconto da parcela, o hospital recebeu 50 mil reais naquele mês.

Fonte: MARIA NASCIMENTO TEZOLIN / Secretaria de Comunicação Social

Parceria pode levantar dados da produção da agricultura familiar em MT



A agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. É responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país e por mais de 70% dos brasileiros ocupados no campo, como divulgado no último Censo Agropecuário. Porém, mesmo com tamanha representatividade na economia, o setor sofre com a falta de dados precisos.

Em Mato Grosso, assim como em outros estados, não existem levantamentos precisos sobre a quantidade da produção realizada pelos 140 mil pequenos produtores. Não se sabe, por exemplo, quantas toneladas de mandioca ou quantos litros de leite são produzidos exclusivamente pela agricultura familiar.

Uma parceria entre o Estado, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pode pôr fim a essa falta de informações. Em uma reunião realizada no final da manhã desta sexta-feira (22.03), na sede da Seaf, o secretário de Agricultura Familiar, Silvano Amaral, e representantes das universidades federais deram início às tratativas de como podem realizar uma parceria em que juntos possam mensurar a produtividade da agricultura familiar mato-grossense.

A intenção é chegar aos números utilizando a base de dados do projeto “Regularização Ambiental e Diagnóstico dos Sistemas Agrários dos Assentamentos da região norte do estado do Mato Grosso”, denominado Radis. Desenvolvido ao longo de três anos, com visitas em 24 mil propriedades rurais localizadas em assentamentos federais, o Radis coletou dados de 94 municípios de Mato Grosso, em sua maioria das regiões Norte e Araguaia.

“No cadastro as informações das propriedades constam com dados das atividades socioeconômicas e ambientais, como informações dos que plantam, quanto e qual o tamanho da área ocupada pela atividade”, comenta o coordenador regional do Radis UFMT, José Tito.

Para o secretário Silvano Amaral, a oportunidade de utilizar a base de dados do Radis é benéfica pois além de ajudar a acabar com um dos problemas enfrentados pela agricultura familiar, que é o de haver poucas informações, e ainda ajuda a alimentar com novos dados a plataforma digital da agricultura familiar do Estado.

Disponível no site da Seaf na seção "Plataforma", todo cidadão pode ter acesso a informações sobre os temas: regularização fundiária, crédito, assistência técnica e extensão rural, comercialização, dados sobre o município, entre outros.

“Com a abertura de uso de dados da Radis, podemos também alimentar o banco de dados que nós dispomos aqui”, explica Silvano Amaral. Além disso, acrescenta o secretário de Agricultura Familiar, a parceria pode envolver também a Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Empaer), incluindo a participação de técnicos da pasta, no levantamento da produtividade anual do pequeno agricultor. 

Participaram também da reunião o gerente operacional do Radis/UFMT, Carlos Alexandre, o gerente operacional do Radis/UNB, Ronilton Souza, e o coordenador adjunto do Radis/UFMT Olivan Rabêlo.

Fonte: Seaf-MT

Gestão Eficaz orienta prefeitos a incrementarem receita própria com IPTU

Estratégias para o incremento de arrecadação de receitas próprias foram apresentadas aos gestores e servidores dos municípios da Baixada Cuiabana e região em uma das oficinas do Programa de Capacitação Gestão Eficaz, que acontece na Escola Superior de Contas do Tribunal de Contas de Mato Grosso, em Cuiabá. Na sexta-feira (22/03) foram realizadas duas oficinas concomitantes, uma do Programa Radar (Módulo Compras Públicas) e Contratações Públicas e outra de Gestão e Controle de RPPS.

Secretário da Secex de Receita e Governo, o auditor Joel Bino do Nascimento Júnior disse que a escolha do tema da oficina, que focou em explicar aos gestores e servidores municipais a importância de melhorar a arrecadação do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), teve origem no histórico da instituição. Em 2014, o TCE identificou que 97% dos municípios mato-grossenses possuíam arrecadação própria inferior a 20% do total arrecadado, o que significava que a execução de seu orçamento dependia em mais de 80% de repasses efetuados pelo Estado e pela União.

Essa situação levou o Tribunal de Contas a buscar uma solução para os municípios incrementarem a receita e conseguirem arrecadar melhor sem criar novos tributos, apenas melhorando a gestão daqueles que já têm. Com a vantagem de que, melhorando a arrecadação, o município diminui a dependência dos repasses da União e do Estado. O secretário da Secex de Receita e Governo disse que a diferença entre os municípios que possuem arrecadação própria significativa dos que não têm fica evidente na análise das contas. "Percebemos que os municípios cuja arrecadação própria supera 30% do total arrecadado conseguiram manter o equilíbrio fiscal em 2017", observou.

Após detectar essa fragilidade, o TCE-MT fez, em 2017, um Levantamento para Auditoria de Conformidade na Receita Municipal do IPTU em 25 municípios mato-grossenses. Em 2018, um novo levantamento alcançou os demais 116. Foram analisadas a arrecadação adquirida com o imposto, a concessão de isenções e de imunidades e a contabilização do IPTU. O trabalho permitiu ao TCE conhecer a situação tributária das cidades para subsidiar a realização de auditorias na receita pública municipal com foco na legislação municipal que institui o IPTU, atualização e revisão da Planta Genérica de Valores (PGV).

As auditorias culminaram no julgamento, em 2018, de 67 processos administrativos relacionados ao IPTU dos municípios, com determinações para que a Planta Genérica fosse atualizada ou revisada. Em 32 municípios não havia planta genérica, por isso foi determinada a criação da planta através de legislação municipal. A PGV é a única ferramenta aprovada pelo Ministério das Cidades para se obter o valor venal dos imóveis para fins de cobrança do IPTU. Atualmente, a Secex de Receita e Governo monitora o cumprimento dessas decisões.

Joel Bino diz que a oficina realizada pelo Programa Gestão Eficaz tem por objetivo tanto prestar orientações técnicas sobre critérios mínimos de elaboração de uma Planta Genérica de Valores e aspectos legais da implementação da PGV quanto sensibilizar os gestores sobre a importância de incrementar a arrecadação própria. O secretário da Secex de Receita e Governo explicou que o incremento da arrecadação se mostra ainda mais relevante em momentos de crise e pode ser uma alternativa aos gestores que encontram dificuldades para reduzir despesas, mas precisam entregar serviços à população.

O auditor público externo Alisson Francis, da Secex de Receita e Governo, outro instrutor da oficina, concentrou sua exposição na importância de uma Planta Genérica de Valores bem elaborada. Ele observou que com uma PGV criteriosa é possível obter os valores venais dos imóveis urbanos de um município, a partir da avaliação individual de cada propriedade, para fins de cobrança de impostos, não apenas o IPTU, mas também o Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) e Contribuição de Melhoria. “A Planta Genérica é um instrumento essencial para que o Poder Municipal tenha condições de cobrar dos contribuintes o valor justo sobre a propriedade, devido ao ajuste do valor venal dos imóveis ao valor real de mercado”.

Fonte:Assessoria TCE

Servidoras da Secitec são aprovadas em mestrado na UFMT

O programa é iniciativa do Fórum Nacional de Gestores (Fortec) e é realizado em formato de rede, com polos espalhados por todo o Brasil.

Duas servidoras da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação foram aprovadas para fazer o curso de Mestrado Profissional em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit Cuiabá). A aula inaugural da 2ª turma ocorreu na sexta-feira (22), no auditório da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

Gerar recursos humanos e aprimorar a formação de profissionais que atuam na área de propriedade intelectual e transferência de tecnologia nos mais diversos setores da sociedade. Esse é o objetivo do Profnit em qualificar esses profissionais para atuar no desenvolvimento do país. O programa é iniciativa do Fórum Nacional de Gestores (Fortec) e é realizado em formato de rede, com polos espalhados por todo o Brasil.

O secretário da Secitec, Nilton Borgato, enfatizou a importância da qualificação profissional das servidoras que estão começando o curso. "A partir deste investimento queremos que façam a diferença no ambiente de trabalho e que aproveitem esta oportunidade ímpar, porque o Estado precisa de profissionais capacitados e preparados para ajudar no desenvolvimento".

Na abertura, o coordenador do mestrado, Josiel Figueiredo, disse que o momento é de comemoração e fez questão de ressaltar a parceria com o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) para a concretização do curso.

“O Profnit se apoia no estudo das condições necessárias para inovação e o empreendedorismo, muito importantes para o nosso Estado. Além disso, seu formato de rede e com atuação próxima do governo, institutos de pesquisa, setor produtivo e outros agentes sociais, ele demonstra a indissociabilidade do tripé Ensino, Pesquisa e Extensão”.

Uma das servidoras da Secitec que foi aprovada para o curso é Lecticia Figueiredo. Ela atua como superintendente de Desenvolvimento Científico, Tecnológico e Inovação e disse que o interesse dela no curso é na área de propriedade intelectual, por causa da autoria de projetos. “O programa de mestrado é uma oportunidade de construir um ecossistema empreendedor na região, além de contribuir de forma efetiva para acelerar o processo de inovação do Estado”.

Josiel enalteceu o compromisso e responsabilidade de todos os envolvidos no processo de mestrado e enfatizou a importância do momento para a UFMT e para a educação pública de Mato Grosso.

Fonte: Soraya Medeiros | Secitec

Sistema Aplic de prestação de contas ao TCE-MT será simplificado

As novidades para 2019 do Sistema Aplic - utilizado pelos fiscalizados para prestarem informações ao Tribunal de Contas de Mato Grosso - foram apresentadas aos gestores e servidores estaduais e municipais durante a Oficina 'Prestação de Contas via Sistema Aplic', do Ciclo de Capacitação Gestão Eficaz. Entre elas, mudanças que devem simplificar e desburocratizar ainda mais a prestação de contas.

A oficina foi realizada na tarde de quinta-feira, 21/03, em duas salas, que dividiram o público-alvo em servidores do Estado e dos 26 municípios que participam do ciclo de capacitação do polo Cuiabá. Isso porque municípios e órgãos estaduais prestam informações diferentes e específicas ao Tribunal de Contas. O público-alvo da capacitação são servidores e prestadores de serviço responsáveis pelo envio de informações pelo Sistema Aplic; servidores do setor de aquisições; contadores e controladores internos.

A capacitação foi promovida pela secretária de Gerenciamento de Sistemas Técnicos, Lisandra Ishizuka Hardy Barros, e pelo auditor público externo Francisco Evaldo Ferreira Leal. De acordo com Lizandra, o objetivo da oficina foi abranger o Aplic em linhas gerais, para atingir inclusive a pessoa que não sabe o que é o sistema e para o que ele serve até informações mais profundas do sistema. "Explicamos o que é, como transmite, para que serve, onde é utilizado, o que acontece com essa prestação de contas quando chega ao Tribunal, entre outros assuntos", disse Lizandra.

Além de oferecer a capacitação, Lizandra destacou que a equipe esteve disponível para dirimir as dúvidas apresentadas pelos participantes, que se dividiram entre operacionais e em relação às normas.

Fonte:Assessoria TCE

Menores de 16 anos só podem viajar desacompanhados com autorização judicial

Crianças e adolescentes menores de 16 anos agora só podem viajar desacompanhados com autorização judicial. A mudança entrou em vigor esta semana, com a publicação da Lei nº 13.812, sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, que alterou o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) aumentando de 12 para 16 anos a idade mínima para viagens sem acompanhantes. 

Até então, eram permitidas viagens de adolescentes desacompanhados a partir de 12 anos no transporte rodoviário interestadual, apenas apresentando um documento de identificação, e em viagens aéreas com autorização dos pais registrada em cartório. Com a nova lei já em vigor, as famílias que forem embarcar os menores precisam procurar a Vara da Infância e Juventude da comarca onde residem para obter a autorização e, no caso de comarcas que não dispõem de vara específica, procurar o juiz responsável pelo fórum. 

Na avaliação da juíza Viviane Brito Rebello Isernhagen, responsável pelo posto de atendimento do Juizado Especial no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, a norma visa ampliar a segurança de crianças e adolescentes, no sentido de garantir que as viagens só aconteçam com uma decisão dos pais. “A importância da nova lei é garantir a segurança do adolescente, evitar situações de risco, situações de crimes, moléstia, evitar que um adolescente embarque e os pais nem saibam que isso aconteceu, só vão descobrir mais tarde com o risco de desaparecer. Acredito que essa lei vá reforçar a condição de segurança para esses adolescentes”, analisou por meio da assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ-MT). 

Conforme informações da assessoria, a empresária Noelma Cláudio aguardava o voo para viajar de férias com toda a família, incluindo os filhos de 9 e de 12 anos. Ela nunca deixou que eles viajassem sem ela, sem o pai ou um adulto de confiança, e acredita que a nova lei é positiva. “Eu acho que está certo, porque uma criança de 12 anos ainda não está preparada mentalmente para sair viajando sozinha. Com 16 anos, já tem uma maturidade maior, mas eu não sei se quando os meus tiverem essa idade vou deixá-los viajar sozinhos. Hoje o mundo está com tanta maldade, tanta coisa errada, o máximo que pudermos proteger, eu concordo”, acredita. 

O Judiciário mato-grossense lembrou ainda de um triste caso que poderia ter sido evitado com a vigência da nova lei. Trata-se de uma jovem de 15 anos que viajou de outro estado para Mato Grosso escondida da família para encontrar um homem que conheceu na internet. Em um relacionamento de três anos, ela teve filhos com o agressor, foi proibida de voltar para casa, sofreu violência doméstica, estupro e foi mantida em cárcere privado. 

“Eu fiquei com medo de ser parada no caminho porque eu era menor de idade, mas ele falou que a partir de 12 anos eu poderia viajar sozinha só apresentando minha identidade. Fiquei apavorada”, relembra. Agora, o caso chegou à polícia, está em tramitação na Justiça e ela recebeu o suporte necessário para reconstruir sua vida longe da violência, de volta à cidade de origem e morando com os pais novamente. 

O artigo 83 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) passa a vigorar com as seguintes alterações: “Nenhuma criança ou adolescente menor de 16 (dezesseis) anos poderá viajar para fora da comarca onde reside desacompanhado dos pais ou dos responsáveis sem expressa autorização judicial”. 

A autorização não será exigida quando tratar-se de comarca contígua à da residência do menor, se na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana; a criança ou o adolescente menor de 16 anos estiver acompanhado de ascendente ou colateral maior, até o 3º grau, ou de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. 

Para tirar dúvidas e obter mais informações sobre a autorização judicial, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso dispõe do trabalho da Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ). O setor pode ser acionado pelo telefone (65) 3617-3322. 

Fonte: Reportagem Diário de Cuiabá