Tangará da Serra vai às ruas em apoio ao movimento dos caminhoneiros



Ao som do hino nacional, milhares de tangaraenses realizaram passeata na tarde desta 4ª-feira (04) pela principal Avenida de Tangará da Serra em apoio ao movimento dos caminhoneiros brasileiros. Na saída, no encontro das avenidas Mauá e Brasil, o Frei Elizeu conduziu uma prece e ao longo do caminho foram citadas as principais reivindicações da categoria. Os organizadores do movimento também lembraram investimentos feitos pelo Governo Brasileiro em outros países.

Muitos comerciantes fecharam as portas por volta das 15:00 e foram com os funcionários participar da caminhada.

A passeata seguiu até a Praça dos Pioneiros de forma ordeira, sendo seguida por motoqueiros e alguns representantes da categoria dos caminhoneiros. Aos 82 anos de idade, o caminhoneiro Honório Fornazari, que enfrentou as estradas pelo Brasil afora durante 58 anos de sua vida, falou com emoção à Rádio Pioneira: “Eu sofri muito na estrada. A gente sempre foi humilhado. Já passei por muitas dificuldades nesta vida.Eu acho muito importante esta manifestação. Tentamos há muitos anos lá no Paraná, mas nunca deu muito certo. Agora vai dar certo. Já passou da hora dos governantes olharem para os caminhoneiros”.

Vander Masson, presidente da ACITS, uma das entidades organizadoras do manifesto ressaltou que se os caminhoneiros pararem, o Brasil para: “Há 20 dias os caminhoneiros vem lutando, trancando estradas, deixando de faturar para pedir socorro ao governo brasileiro para que atenda suas reivindicações. Eles pediram socorro à sociedade organizada aqui de Tangará. Diante disto, reunimos diversas associações e decidimos fazer este manifesto em apoio aos caminhoneiros do Brasil. Se os caminhoneiros param, nós paramos também, porque não chega matéria prima nem produto”, afirmou.

Ele ressaltou que é o momento de toda a sociedade dar a sua contribuição, porque a causa é de todos. “O aumento do combustível com certeza desestabiliza toda nossa economia, aumenta os preços, pode distanciar os consumidores porque diminui o poder aquisitivo. Por isso estamos somando com eles: porque é uma causa justa, aparentemente deles, mas que reflete para toda a sociedade”, disse.

Feliz com o resultado do manifesto realizado de forma pacífica, Vander Masson agradeceu pela presença da comunidade. “A gente se arrepia de ver um movimento como este. Foi feito chamamento de toda a sociedade que correspondeu e veio às ruas. Fizemos um movimento ordeiro e pacífico para passar o recado aos nossos governantes. Muito obrigado a cada um de vocês, donas de casa, empresários, funcionários, integrantes de todas as associações e clubes de serviço que compareceram. Temos que estar atentos ao que está acontecendo no Brasil e estamos juntos com a sociedade de Tangará, do Mato Grosso e do Brasil para defendermos nossos interesses”, disse.

Muitos empresários compareceram com suas equipes uniformizadas ao manifesto e diversas entidades se fizeram representar. Alessandro Chaves, presidente da CDL, destacou: “A CDL não poderia deixar de se fazer presente neste evento, por saber da importância que tem este movimento que é legítimo. A CDL está aqui, porque com certeza melhorando a classe deles, melhoramos o comércio local. A população está de parabéns e a CDL também e temos que prestigiar este evento”, comentou.

Edgar Laurini, presidente do Sindicato dos Caminhoneiros de Tangará da Serra emocionou-se com a manifestação.

“Estamos muito felizes de a população se manifestar solidária ao nosso movimento. Eu agradeço em nome de todos os caminhoneiros de Tangará, do Mato Grosso e de todo o Brasil. Tangará mostrou que é solidária ao nosso movimento que é pacífico e verdadeiro. Iniciamos um grande trabalho e hoje os governantes já olharam pra nós com carinho. Dos 10 itens que pedimos dois já foram aceitos. Mostra que era necessário e estamos muito satisfeitos. As rodovias já estão abertas porque o Governador nos pediu e o Governo Federal está nos ouvindo e estamos caminhando para futuros compromissos do Governo com a sociedade e conosco. O caminhoneiro tem que ser ouvido e conseguimos mostrar para a sociedade a importância dos caminhoneiros. Vemos hoje uma sociedade que abraçou os caminhoneiros", pontuou.

Fonte: Marlenne Maria com Heverton Luiz - Redação RP