Quatro pedágios entre Itanorte e Jangada

Concessão visa, segundo o Governo, melhorar trafegabilidade de rodovias

A viabilidade da concessão das rodovias MT-246, 343 e 358, que ligam o distrito de Itamarati Norte, município de Campo Novo do Parecis, à BR-163, em Jangada, foi discutida ontem em Tangará da Serra, em audiência pública, organizada pela Secretaria de Estado de Transporte e Pavimentação Urbana (Setpu). Com pouca participação popular, o evento reuniu principalmente políticos, alguns líderes de classes e produtores rurais – boa parte deles ficou sabendo da audiência em última hora. Ao anunciar que o trecho, de 229 km contará com pelo menos quatro praças de pedágio, José Márcio Guedes, secretário Adjunto de Transportes do Estado, defendeu a concessão assegurando que trará mais investimentos e qualidade a rodovia, que possui um dos maiores fluxos de veículos entre as rodovias estaduais. "Já temos outros exemplos em outras regiões do estado onde a concessão e a cobrança de pedágio melhoraram as condições das rodovias", disse. Segundo ele, a concessão poderá significar em mais segurança para os usuários das MT’s, uma vez que a empresa que vencer a licitação construirá acostamentos, manterá a pavimentação com qualidade e disponibilizará ambulâncias e guinchos para socorrerem possíveis envolvidos em acidentes. Hoje e amanhã serão os dias das cidades de Nova Olímpia e Barra do Bugres também receberem audiências para tratar do assunto. Em Nova Olímpia será no auditório da Assovale, na Barra será na Prefeitura, entre as 8h e as 12h.

Pedágio divide opiniões de usuários de rodovias

Os poucos que participaram da audiência de ontem dividem opiniões sobre a instalação de pedágios no trecho entre a Itanorte e Jangada. Favorável a concessão, o empresário do ramos de construção, Leoclides Bigolin, explica que é a favor, desde que as melhorias na rodovia aconteçam. "Sou à favor, mas tem que ser sério, construir acostamentos, trazer segurança e colocar dois viadutos no trecho, um em Jangada, no entroncamento com a BR-163 e outro no Assari", defendeu. Antônio de La Bandeira, consultor do agronegócio na região, disse acreditar que este será o único meio para melhorar a qualidade das rodovias. "Lamentável que poucas pessoas estejam participando. Mas, sou favorável a concessão, pois o Governo do Estado não está dando conta de manter a rodovia. Só com a concessão poderemos ter mais qualidade", expôs. O delegado da Aprosoja, Rui Wolfart, defendeu a aplicação dos recursos do Fethab nas rodovias. "Se o governo aplicar o Fethab a concessão é desnecessária. Só a Aprosoja paga R$ 1 bilhão por ano para o Fethab, disso, só R$ 15 milhões são aplicados. E o resto? Pega o exemplo de Primavera, privatizaram, mas nada mudou", disse, informando que a Aprosoja entrará com uma Ação Civil Pública contra o Estado para que invista os recursos do Fethab, imposto pago para ser aplicado em transporte e habitação.

Fonte: Redação DS