Pioneiros e autoridades presentes no lançamento do livro

Contar a história de Tangará da Serra através dos relatos (entrevistas) dos próprios pioneiros (ainda vivos) e de suas famílias, imigrantes para a região, provenientes de diferentes pontos do país, nas décadas de 1960 e 1970. 

Esse é o objetivo do livro ‘Fios de Memória: Pioneiros de Tangará da Serra’, organizado pelas professoras Tieko Yamaguchi Miyazaki e Walnice Vilalva, que atuam na área de literatura junto a Unemat. A coletânea foi lançada na última semana, com a presença de diversas autoridades e, principalmente, dos autores-pioneiros. "Ao longo de mais de 400 páginas deste livro há um tema recorrente em todas as falas: o trânsito.

Trata-se de livro sobre partidas e chegadas de sujeitos que se deslocam de outros lugares para enfrentar a natureza, com riscos de ataques de onças, bem como intempéries, fome e doenças como a febre amarela e a malária", descreve o professor Frederico Fernandes, quem prefacia a coletânea. "Ao ouvir essas histórias, passamos a fazer parte também desta experiência de construção de Tangará, por meio da voz de seus narradores. 

Não de forma tão intensa como as entrevistadoras tiveram a oportunidade de vivenciar em seu trabalho de campo, mas também não de forma menos humanizadora e poética". O livro traz a história de 25 famílias, entre elas da parteira Maria Biazóli Rodrigues. "Nunca me aposentei. O tanto que eu trabalhei aqui nesse lugar, 38 anos com parto, pegava crianças aqui. Nunca cobrei um tostão de ninguém(...)", conta a entrevista em 15 páginas dedicadas a ela, ao lado de muitos outros pioneiros.

"O livro é marcadamente originário de entrevistas com os moradores de Tangará da Serra e a lembrança não é apenas um voltar ao passado, mas também tem o poder de significar o presente", finaliza Fernandes. O livro ora lançado estará a disposição também para pesquisa em todas as escolas e biblioteca pública.

Fonte: Redação DS