Ano político e de turbulência, liberdade de imprensa é discutida entre profissionais e demais autoridades

Anos de truculência, silêncio e repressão. A imprensa enfrentou-os com bravura, mesmo tendo que afrontar todo um sistema pré-estabelecido de poder. Os anos da ditadura militar na América Latina serviram para fortalecer o ideal de liberdade e democracia pregado pela grande máquina da informação.

Os governantes sabem que conhecimento é poder. Isso justifica as ressalvas em relação à imprensa: ela representa a busca pela verdade e fornece à opinião pública os subterfúgios necessários para que esta possa se defender e exigir seus direitos junto àqueles que elegeu.

Em Tangará da Serra, profissionais lutam por este direito de liberdade a cada dia. Seja os profissionais de TV, jornais, rádios ou revistas. O direito que para muitos não significa em nada. A luta diária proposta pelos profissionais se remetem as reclamações diárias, como se a imprensa só fosse necessária para noticiar coisas e acontecimentos bons, cobrir eventos, enfim, de fato as coisas boas necessitam ser noticiadas e elas são, no entanto, como formadora de opinião, a imprensa também precisa noticiar qualquer que seja o tema, embasado na verdade e na ética, para que a população tome suas próprias conclusões em relação ao caso noticiado.

Ano eleitoral, as noticias necessitam ser mais preparadas e os cuidados também precisam ser minuciosos. As disputas políticas, os interesses politiqueiros remontam em análises muitas vezes disvirtuadas do que o repórter, ou o jornalista em questão realmente propôs. Neste contexto, que surgem as brigas, as discussões em torno de até que ponto e qual informação pode virar notícia.

Nas discussões, que os repórteres insurgem-se e não compreendem os motivos para tantos debates em relação as matérias. É preciso lembrar, de fato, que existem sim, os jornalistas politiqueiros, corruptos, que aproveitam do meio de comunicação em mãos, da facilidade de se abordar e chegar à população, para fazer propagandas ou tentar implantar informações não verídicas.

LIBERDADE – No Brasil, cientes do "perigo" que uma informação-chave representa ao ser divulgada, os legisladores estabeleceram a censura prévia. Todo e qualquer tipo de notícia deveria passar pelo crivo de censores, sendo barrada quando detectada alguma hostilidade ao governo. Durante os "anos de chumbo", chegou-se a criar um Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para executar essa tarefa.

Atualmente, é importante lembrar que, apesar dos pesares, os meios de comunicação têm o direito e o dever de manter-nos informados. A custo da vida de muitos "desertores", podemos ter a certeza de que uma imprensa séria e investigativa depende dos próprios veículos de informação, já que, ao menos na teoria, a lei os ampara incondicionalmente.

A Liberdade de Imprensa é o direito dos profissionais da mídia de fazer circular livremente as informações. É um pressuposto para a democracia. O contrário dela é a censura, própria dos governos ditatoriais, mas que, às vezes, acaba ressurgindo, mesmo nos governos ditos democráticos.

O dia da Liberdade de Imprensa é comemorado pelos profissionais que com ela trabalham na forma de protestos e do próprio exercício de suas atividades. Em recompensa a isso, existem diversos prêmios que prestigiam trabalhos de imprensa em situações nem sempre favoráveis à liberdade, como a cobertura de países em guerra.

Entretanto, ser livre não quer dizer desrespeito a liberdade de cada um. Por isso, a imprensa além da liberdade, precisa de ética para evitar que fatos sejam divulgados sem a devida apuração, podendo prejudicar imagens - sejam de pessoas ou de instituições - que jamais serão moralmente reconstruídas. A força de uma divulgação errada é bem maior do que de um direito de resposta.

Geralmente, refere-se a material escrito mas, segundo alguns autores, o termo "imprensa" pode, por vezes, alargar-se a outros meios de comunicação social. De qualquer forma, a liberdade de imprensa corresponde à comunicação através da mídia, como jornais, revistas ou a televisão enquanto a "liberdade de expressão" se aplica a todas as formas de comunicação como, por exemplo, nas artes.

De acordo com a organização Repórteres sem fronteiras, o Brasil ocupa a 99ª posição do ranking de liberdade de imprensa em 2012, dentro de uma lista composta por 179 países. O relatório aponta uma queda no índice em relação ao ano de 2011. Portugal , em 33º, subiu na lista. Cabo Verde, o país lusófono melhor colocado do índice, ficou em nono com melhora significativa.

Fonte: Paulo Ramos - Redação DS