Zé Pequeno deixa liderança de Saturnino na Câmara

O vereador José Pereira Filho, o Zé Pequeno (PT), não é mais o líder do prefeito Saturnino Masson (PSDB) na Câmara. Havia assumido o posto em outubro do ano passado, logo após as eleições indiretas que elegeram o tucano para o mandato tampão que encerra em dezembro deste ano. Em entrevista ao DS, Zé Pequeno diz que se sentiu levado a tomar a decisão de deixar o posto de líder em função de ter seu nome defendido pela direção do Partido dos Trabalhadores como pré-candidato a prefeito.

“A motivação é muito própria da discussão política. A partir do momento em que o meu partido me indicou como pré-candidato a prefeito e a perspectiva também do próprio PSDB ter a candidatura, isso de certa forma colocou até como uma questão mesmo ética. Nós estamos construindo, buscando construir nosso caminho como pré-candidato a prefeito no processo eleitoral e ficaria incompatível estar na liderança do prefeito. Então essa foi a principal motivação”, diz ao garantir que não houve desgaste ou qualquer tipo de problema.

Questionado se o fato de ter sido líder de Saturnino não poderá ser utilizado como discurso adversário, caso seja candidato em palanque oposto ao do atual prefeito, Zé Pequeno diz que não vê qualquer influência dessa situação no pleito eleitoral. Da mesma forma, avalia, os avanços conseguidos neste período com a tranquilidade e paz política, são fruto de um trabalho coletivo.

“Não vejo nenhum tipo de influência. No período em que estive procurei exercer meu papel. Essa questão da estabilidade, da calmaria, das coisas estarem andando com tranquilidade é uma postura do Executivo também, que contribui para esse processo, mas também da própria Câmara Municipal, do conjunto de vereadores também que colaborou e colabora com esse processo. Então o papel da liderança é mediar um pouco essa relação. Tudo o que foi construído é um processo coletivo em que o líder do prefeito colaborou, mas teve todos os outros agentes que colaboraram nesse sentido”, diz.

Prudente, Zé Pequeno diz que nesta fase o quadro de pré-candidaturas ainda é muito instável. Segundo ele, ainda existe no PT espaço de discussão. Segundo ele, trabalha-se a consolidação no chamado Blocão, mas ainda existe a perspectiva de estar também caminhando com outras forças, inclusive com o PSDB.

“Em que pese nós termos uma dificuldade nacional, mas nós temos um relacionamento municipal que não cria nenhum tipo de problema e outras forças políticas que estão se movimentando. Então esse quadro pré-eleitoral é muito volátil, é muito instável”, explica.

BLOCÃO – Na avaliação de Zé Pequeno, a entrada do PT no chamado “Blocão” com PTB, PRB, PP e PMDB foi decisiva para que deixasse o posto de líder do prefeito na Câmara. “O partido sinalizou para uma perspectiva de um outro rumo. Eu não me senti muito confortável para estar nessa condição de liderança. Não que eu vá atrapalhar o governo, ou que eu vá ficar jogando pedra no governo, porque esse não é meu perfil parlamentar, mas criou uma certa angústia. E eu não gosto de viver com angústia. Eu falo sempre que o ser humano veio mundo para ser feliz, então tudo aquilo que te causa algum tipo de incomodação e inquietação você deve deixar. E essa situação me causou uma certa angústia, uma certa inquietação”, justifica.

Fonte: Redação Diário da Serra