Preço do gás de cozinha em Tangará está abaixo da média de MT

O preço médio cobrado pelo gás liquefeito de petróleo (GLP), ou gás de cozinha, em Tangará da Serra está abaixo de média cobrada em Mato Grosso. A reclamação é de algumas empresas do setor, que defendem o repasse aos consumidores dos aumentos sofridos nos últimos meses. De acordo com os comerciantes, a concorrência tem forçado as empresas a não repassarem os aumentos aos consumidores, o que estaria gerando prejuízos.

“Em Tangará nós temos uma dificuldade de preço. O mercado puxa o preço pra baixo. A gente não consegue repassar [os custos]. Hoje eu tenho filiais em quase todo o médio norte do Estado onde eu tenho um preço que é diferente quase dois reais a mais do que é em Tangará. Então o mercado puxa esse preço pra baixo, a gente tem uma dificuldade enorme nisso aí. Eu tenho regiões onde a gente chega a ter até três reais de diferença de preço”, conta Robson Buhr, gerente estadual de uma grande revendedora.

Os comerciantes apontam que na capital do Estado, Cuiabá, o preço médio praticado pelas empresas é de R$ 51,00 e R$ 52,00, enquanto que em Tangará da Serra o preço médio é de R$ 48,00. “Você veja, estou aqui com uma filial minha em Tangará, a 250 quilômetros, e eu vendo gás aqui a 48 reais meu preço médio. Se você ver o frete, o custo que eu tenho para trazer a mercadoria de lá para cá. Então isso aí prejudica a gente”, reclama Buhr.

Para outro comerciante, José Bernadino da Silva Filho, o preço praticado abaixo da média tem sua principal implicação na hora de pagar os impostos. Ele conta que mesmo vendendo abaixo do preço médio, as empresas pagam o Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de acordo com a média de preços levantada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária. Na última tabela do conselho nacional, divulgada no dia 06 de março, o preço definido por botijão de gás de 13 quilos em Mato Grosso é de R$ 49,92 (quarenta e nove reais e noventa e dois centavos).

“Nós pagamos os impostos sobre quase cinquenta reais vendemos por quarenta e oito reais. As empresas regulares já não conseguem segurar, já que a defasagem em Tangará da Serra chega a ser de dois a quatro reais, então acredito que em poucos dias o gás deverá sofrer mudanças em seu preço”, explica Bernadino.

Os empresários do setor dizem que com a lei do semi-reboque as empresas do setor terão que fazer investimentos e muitas não irão conseguir. A consequência é o repasse desses custos aos consumidores.

“Na verdade o consumidor em Tangará da Serra está ganhando muito em razão da concorrência desleal, mas vai chegar um ponto em que isso afeta vários setores. (…) Eu acredito que nós estamos no limite, as empresas deverão estar repassando o que é justo para o preço do gás”, adianta o comerciante.

Fonte: Redação Diário da Serra