Polícia Civil, Detran e Sema continuarão em greve

O dia foi agitado ontem em Cuiabá para o movimento grevista de três órgãos do governo estadual, Sema, Detran e Polícia Judiciária Civil. Logo pela manhã, policiais civis, de faixas e cartazes em punho, conseguiram ´perturbar´ a inauguração do Hospital Regional de Várzea Grande. Com palavras de ordem, a intenção era fazer com que o governador se envergonhasse do tratamento dado à classe, segundo o presidente do Siagespoc, Clédison Gonçalves.

Depois da intervenção da PM, os manifestantes foram afastados. À tarde, em assembleia-geral, os servidores da PJC, Sema e Detran decidiram permanecer em greve, mesmo com a ilegalidade decretada e o corte de ponto lhes ´achatando´, ainda mais, os salários. Da assembleia-geral, de acordo com o chefe de investigações da Polícia Civil em Tangará, Jucemilson Nazário, que acompanha toda a movimentação nesses dias de greve, foram direto para a Assembleia Legislativa, onde se iniciava a primeira sessão deste semestre, para pedir aos deputados que apoiassem o movimento e agissem como porta-vozes das três categorias junto ao governo.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado estadual José Riva (PP/PSD), resolveu apoiar o movimento, conclamando todos os deputados a cancelarem a sessão de hoje de manhã e seguiram com ele até o Palácio Paiaguás, reabrindo as negociações dos grevistas com o governo.

Riva já não esconde a insatisfação com a falta de “molejo” do governo estadual na condução das negociações com os servidores grevistas. Irritado, o parlamentar não mediu as palavras e declarou que falta competência para conversar com os funcionários públicos, já articulando a tal “marcha” dos deputados até o Palácio Paiaguás hoje.

Ainda ontem, Riva informou que fez contato com o secretário de estado de Administração, César Zílio, para que recue do posicionamento de fechar o diálogo com os grevistas e alegou falta de competência. “Já pedi para que o secretário César Zílio reveja a postura de não abrir diálogo com os servidores em greve, até porque não tivesse greve não precisaria de diálogo. Aliás, se tivesse tido competência para conduzir as negociações, não teria a necessidade de conversar. A greve é um direito legal e constitucional. Mesmo sendo considerada ilegal, não se pode conduzir à mão de ferro”, declarou.

Riva informou ainda que sua postura não tem como ser diferente diante da “falta de condução de algumas pessoas do governo”. Ele tem apoio da maioria dos deputados.
 
Luciana Menoli - Redação Diário da Serra