13 de Maio: Mais uma escola estadual adere à paralisação em Tangará da Serra

Em estado de greve desde a última segunda-feira, 6, mais trabalhadores da educação de Tangará da Serra, a cada dia, passam a aderir ao movimento. Ontem foi a vez dos professores da Escola Estadual 13 de Maio pararem as atividades. “Fizemos uma nova reflexão, a partir de novos pontos apresentados pelo Sintep, e em comum acordo com todos os profissionais, decidimos paralisar as aulas, também por tempo indeterminado”, informou o coordenador da escola, professor Sebastian Ramos, explicando ainda que, após decisão tomada, a unidade educacional reuniu na manhã de ontem todos os alunos para comunicar a decisão. “A partir de hoje [sexta-feira] o 13 está aderindo à greve”. Com mais uma escola, a greve já atinge 70% de unidades escolares no município.

Com cerca de 1,2 mil alunos, a escola entende a preocupação de toda a sociedade e, principalmente, dos pais, quanto a paralisação das aulas. Porém, o coordenador pede para que todos entendam o movimento de reivindicação que luta não somente por melhores salários, mas também por melhores estruturas, entre outros.

Quanto ao salário, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) rejeição a nova proposta de reajuste salarial apresentada pelo governo do estado nesta semana. A nova proposta ao sindicato previa o piso salarial de R$ 1.312,00 para os professores que possuem nível médio. Os demais trabalhadores começariam a receber o piso somente a partir de dezembro de 2011. A proposta foi rejeitada pelo sindicato, pois "não atende às nossas reivindicações. É um desrespeito com a classe dos trabalhadores da educação dividir a categoria dessa maneira. Com essa proposta, somente 94 professores e 800 trabalhadores seriam beneficiados", esclareceu o presidente do Sintep/MT, Gilmar Soares.

A aplicação do piso salarial de R$ 1.312,00 reivindicado pelos trabalhadores da educação não está fora da realidade financeira de Mato Grosso. Se esse valor já fosse praticado, a folha de pagamento da pasta custaria pouco mais de R$ 760 milhões, o que equivale a 57,82% da arrecadação estadual da Educação. Portanto, não ultrapassa os 60% que devem ser destinados ao pagamento de salários dos profissionais da educação. A análise está baseada no estudo feito pelo Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT) e que não foi contestado pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Gilmar Soares afirma que a greve continuará até que o piso salarial de R$ 1.312,00 seja implantado para todos os trabalhadores da educação; as horas atividades para professores contratados sejam pagas; os professores concursados tomem posse imediata e haja avanço na lista dos classificados nos concursos. Segundo o sindicalista, "reconhecemos os esforços da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), mas vivemos em um paradoxo. De um lado, a demanda por educação aumenta todos os dias, o que implica a melhoria da qualidade do ensino público. De outro lado, diversos recursos são tirados da educação, o que faz com que essa demanda nunca seja atendida".

FABIOLA TORMES / Redação Diário da Serra